Nossa missão, visão e valores

Qual é a missão do MCC no mundo?

O Movimento dos Cursilhos no Cristianismo (MCC) é um movimento eclesial com difusão mundial que tem a missão de atuar no seio da Igreja Católica, sentindo-se chamado a participar ativamente na grande missão de anunciar a Boa Nova do Evangelho através do seu método querigmático próprio. 

Nas palavras de João Paulo II, este método de Cursilhos é “um instrumento levantado por Deus para o anúncio do Evangelho no nosso tempo”. Este instrumento de evangelização criou uma multidão de núcleos de cristãos que convivem e convivem com o que é fundamentalmente cristão e se empenham em impregnar os ambientes com o Evangelho. Milhões de cristãos renovados em um Cursillo de Cristiandad, ou que nele tiveram seu primeiro encontro com Cristo, revitalizaram instituições e movimentos e conseguiram animar de maneira cristã os ambientes onde atuam.

Qual o princípio inspirador?

Levar em conta os planos pastorais da Igreja Universal e as indicações da Santa Sé, permanecendo sempre fiéis ao carisma particular da Igreja Católica e ao Estatuto Canônico emanado da Santa Sé.

Visão

Preservar a MCC em sua fidelidade e carisma e o livro das Ideias Fundamentais

Valores

  • Unidade

  • Cooperação

  • Amizade

Meta

  1. Promover a unidade de compreensão dos fundamentos da MCC em todo o mundo.

  2. Manter o MCC na fidelidade à Igreja e ao seu Magistério

Conhecer o passado para plantar o futuro

Todos sabemos que conhecer a história do Movimento de Cursilhos de Cristandade é, para seus integrantes, um imperativo sem o qual não seria possível reconhecermos nossa própria identidade, atualizá-la e mantê-la, além de, fazendo memória do passado, viver intensamente o presente e enfrentar com confiança o futuro.

A história do MCC, entretanto, não deve ser concebida como uma série de datas, acontecimentos e pessoas, e sim como a explicação das ideias, atitudes, convicções e opções pastorais que, num dado momento, deram origem ao Movimento. Isso nos permitirá compreender a essência e a finalidade do MCC. Por isso precisamos conhecer as circunstâncias históricas que, revelando certos problemas e a necessidade de solucioná-los, originaram certas opções e certos conceitos básicos.

É preciso levar em conta a situação que a Espanha vivia na década de 40 para entender os antecedentes do MCC. Em termos políticos e econômicos, a sociedade espanhola tentava, em meio a inseguranças e incertezas, reconstruir-se depois de três anos de guerra civil. No que dizia respeito à religião, o cristianismo era, sim, a religião oficial, mas a sociedade era só ‘aparentemente’ e não ‘autenticamente’ cristã.

A Ação Católica, amplamente difundida no país, queria promover maior autenticidade e implicar os leigos na vida da Igreja. Com esse objetivo, a seção de jovens, a Juventude da Ação Católica Espanhola (JACE), retomou um projeto anterior à guerra civil: realizar uma grande peregrinação de jovens a Santiago de Compostela, dali a alguns anos, isto é, em 1948.

O Conselho Diocesano dos Jovens da Ação Católica de Maiorca era muito ativo e participou intensamente das atividades de preparação dessa peregrinação, principalmente através dos chamados “Cursillos de Adelantados” e “Cursillos de Jefes de Peregrinos”. Havia lá um grupo de jovens bem formados, com atitudes e critérios comuns, com notável inquietude apostólica e uma clara insatisfação diante das opções pastorais vigentes.

Não resta dúvidas de que os Cursilhos foram fruto da inspiração do Espírito Santo, acolhida e compartilhada por um grupo de pessoas entre as quais se destacaram Eduardo Bonnín, um leigo; alguns sacerdotes como Mons. Sebastián Gayá; e o então bispo de Maiorca, Dom Juan Hervás. Esse grupo desenvolveu o que hoje podemos chamar de ‘uma nova forma de evangelizar’ (principalmente os afastados de Deus e da Igreja), que posteriormente se denominou Cursilhos de Cristandade.

Entre os anos de 1944 e 1949, foi feito um intenso trabalho de estudo, reflexão e experimentação. Foram tomados elementos dos Cursilhos já existentes na Ação Católica, adaptando-se seu método para uma nova finalidade. A semente plantada pelo Espírito Santo florescia em algo novo que chegava a todos, e permitia que o conteúdo essencial do cristianismo fosse captado em toda a sua intensidade, inclusive por aqueles que viviam à margem da religião.

O início do Movimento

Enquanto se realizavam os primeiros Cursilhos, ia tomando forma um Movimento com uma série de elementos distintivos:

  • Um grupo de pessoas que compartilhavam uma mentalidade;
  • Uma finalidade clara que era dinamizar a vida cristã;
  • Um método eficaz para conseguir essa finalidade;
  • Um mínimo de organização e estrutura;
  • Uma mentalidade que adquiria forma e se tornava a pedra angular desse Movimento;
  • A percepção da realidade de um mundo que dava as costas a Deus;
  • Uma vida que havia deixado de ser efetivamente cristã;
  • A conclusão de que isso exigia uma nova resposta evangelizadora que renovasse o mundo a partir de dentro;<br>
  • A convicção ardente de que um mundo novo exigia homens e mulheres transformados e de que •      o mundo era lugar da salvação;
  • A crença de que o cristianismo continha a solução para a problemática do homem e do mundo;
  • A certeza de que era possível para qualquer pessoa, inclusive para os afastados, tornar vida o cristianismo e transformar-se em apóstolos que transformariam os ambientes.

A partir dessa mentalidade, estabeleceu-se uma nova forma de evangelizar:

  • Que partisse da realidade concreta das pessoas;
  • Que lhes apresentasse e possibilitasse viver o fundamental cristão;<br>
  • Que as lançasse a um apostolado nos ambientes.

E foi dessa mentalidade que surgiu o método estratégico que caracterizaria o Movimento.

Iniciado na década de 40, o MCC foi-se tornando vida na diocese de Maiorca, consolidando-se nos anos seguintes (1949-1954). Foram realizados vários Cursilhos, foram constatados seus bons resultados, comprovou-se que o Movimento realmente podia trazer uma solução universal à ação evangelizadora, pois se apresentava como uma resposta a diferentes pessoas (jovens e adultos, próximos ou distantes da religião) e a diferentes realidades sociais.

Criaram-se suas estruturas básicas, como a Escola de Responsáveis que tinha um papel determinante; foram estabelecidos caminhos de seguimento no Pós-cursilho, como as Reuniões de Grupo e as Ultreias; e criou-se o Secretariado Diocesano como estrutura de serviço específica e particular.

A expansão do movimento

De Maiorca o MCC se difundiu, a partir de 1953, por toda a Espanha, fosse por iniciativas pessoais, fosse pelas atividades do Conselho Nacional da JACE. A transferência de D. Juan Hervás para a Diocese de Ciudad Real, em 1955, e a publicação, em 1957, da carta pastoral de sua autoria – “Cursilhos de Cristandade, Instrumento de Renovação Cristã” – foram fatores determinantes para a aceitação do MCC e sua difusão nacional e internacional.

Muitos leigos e sacerdotes que participavam do MCC em diversas dioceses da Espanha, entusiasmados com seu potencial evangelizador acabavam por levá-lo aos países latinoamericanos. O primeiro país a receber o Cursilho foi a Colômbia, através da Ação Católica – lá celebrou-se não só o primeiro Cursilho fora da Espanha, mas, também, o primeiro Cursilho de Mulheres, em 1953.

Em poucos anos o movimento foi-se difundindo por toda a América do Sul e, a partir dos EUA, país onde o primeiro Cursilho se realizou em 1957, começou a difundir-se entre os países de língua inglesa.

Em toda a América o MCC se desenvolvia com muita vitalidade, mobilizava grande quantidade de pessoas e grupos, produzia inserção na pastoral diocesana e fermentação evangélica de ambientes.

A partir da Espanha o MCC chegou à Europa Ocidental onde se desenvolveu ativamente, o mesmo acontecendo na Ásia e na Oceania. Um novo impulso se deu quando, a partir da Áustria, o MCC chegou aos países do leste europeu e quando, embora de forma mais limitada, começou a atingir alguns países da África.